sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Mega Engarrafamento do Caloiro

Se alguém tivesse que fazer um documentário ao estilo BBC Vida Selvagem sobre o Ensino Superior em Lisboa esse alguém estaria a ser incompetente se não fizesse uma paragem na Festa do Caloiro ou melhor, na Mega Festa, que fica bem meter o termo "Mega", dá uma ideia de poder à coisa.

Para quem não conhece, a Mega Festa do Caloiro é um arraial que se realiza no Parque das Nações no inicio de cada ano lectivo em que grande parte das instituições de ensino superior lisboetas se faz representar, através das respectivas associações de estudantes, nuns estaminés que vendem invarialvemente cerveja e cerveja.

Eu estive lá este ano e o ano passado e posso garantir que há pelo menos duas coisas erradas no nome do evento. A saber:

"do Caloiro" - As aulas de Economia Politica do 1º ano são mais frequentadas por caloiros do que aquela festa.

"Festa" - Tem mais semelhanças com um engarrafamento. O espaço para circular é minimo pelo que a maior parte do tempo que lá se passa é perdido em deslocações. Exemplo:


Requerente Miguel Pereira, contrariamente ao habitual, encontra-se inserido num grupo. Um dos membros lança o rumor no grupo de que há cerveja à borla na barraquinha do ISCTE e Miguel Pereira, juntamente com os gananciosos e gananciosas elementos do grupo parte em busca dessa barraca. Obviamente, essa barraca tomando por referencia o ponto em que o grupo se encontra, fica no cu de Judas. Segue-se meia hora de empurros, encontrões, pisadelas, desencontros, praguejares e banhos da tão ambicionada cerveja. Chegados ao Templo da Cevada Fermentada uma terrivel dificuldade se levanta: não há vendilhões que cheguem para tanta procura. No meio da derrota alguém diz: "vamos voltar para a barraca da FDL" e assim se faz.

Mais uma vez, a barraca fica, tomando por referencia a localização do grupo, onde o Judas perdeu as botas. Segue-se o mesmo martirio anteriormente descrito. Os elementos sobreviventes do grupo procuram consolo perto do Tejo, mas também isso lhes é negado por um segurança.

Parece que os muito bebâdos podem pensar em atirar-se ao rio e por isso ninguém se pode aproximar da grade.

Porra!

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Pessoal, lamento, mas somos burros.

É essa a impressão com que fico após saber que o último candidato colocado na primeira fase na FDL entrou com média de 14.35. Isto no Contingente Geral, claro (que não é mais que designação pomposa dada a quem não é emigrante, madeirense, açoriano, deficiente ou uma combinação destes atributos).

Quando entrei para a Faculdade em 2006, o último colocado entrou com uma brilhante média de 11,30. Os sinos tocaram a rebate, gritava-se contra a vergonha que era permitir-se a entrada de alguém com uma média tão baixa, até a Tertúlia, durante a Praxe, apelou em pleno anfiteatro 1 que o dito/a caloiro/a se revelasse. Também a mim me pareceu mal.

Mas felizmente, parece que dois anos depois está tudo resolvido. O último a entrar ,para além de estar incumbido de fechar a porta, teve mais 3 valores de média que o seu antecessor. Será que de um momento para o outro a genialidade passou a imperar no Secundário? Será que estes caloiros agora vão tirar todos notas de 14 para cima, de tão geniais que são? Será que o estudante que entrou com 11.30 também teria entrado com 14.35 se tivesse exames tão fáceis no seu 12ºano? Será que consigo cravar alguém para ver o Benfica?

A resposta à maior parte destas perguntas pode ser obtida olhando para esta pergunta do exame de Português do 12º ano:

7. Para responder, escreva, na folha de respostas, o número do item, o número identificativo de cada elemento da coluna A e a letra identificativa do único elemento da coluna B que lhe corresponde.

A

1) Com o recurso a «É que» (linha 15),
2) Com o recurso à conjunção «mas» (linha 16),
3) Com a utilização da frase negativa iniciada por «De
outra coisa não fala» (linha 18),
4) Com o recurso ao travessão duplo (linhas 19-20),
5) Com a utilização da forma do verbo auxiliar modal «poderia» (linha 20),


B

a) o enunciador exprime oposição em relação à ideia apresentada anteriormente.
b) o enunciador narra um acontecimento ilustrativo da ideia exposta.
c) o enunciador nega para afirmar com mais veemência.
d) o enunciador estabelece uma lógica de finalidade.
e) o enunciador exprime uma ideia de conclusão em relação ao referido anteriormente.
f) o enunciador apresenta o conteúdo da frase como uma possibilidade.
g) o enunciador especifica a informação apresentada no segmento textual anterior.
h) o enunciador explica a ideia expressa desde o início do parágrafo.





sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Um post previsivel que chega atrasado

OBS: USE, OBRIGATÓRIAMENTE, O BROWSER 'Internet Explorer' para realizar a inscrição.
Assim se podia ler num e-mail vindo da nossa amada Secretaria, sobre as matrículas a realizar através do site.

Seria demasiado mesquinho estar agora a implicar com o "obrigatóriamente" em termos ortográficos, mas embirro quanto ao que ele implica.

Porque raio tenho eu de ir agora ir utilizar um browser que é como o queijo suíço [atrai "bichos" detestáveis e está cheio de buracos para eles entrarem] ?

[mode vindimas] Eu estou magoado e indignado com o Secretaria! É um escândalo!
O Firefox e o Opera também são excelentes browsers! E quem diz o Firefox e o Opera, diz o Safari e o Chrom!! Pronto, tá bem... o Google Chrom é um bocado maricas...
[/Mode gato fedorento]



OBS: Peço imensa desculpa pelo atraso na crítica, mas tenho estado ocupado entre as falhas informáticas da Secretaria Virtual que me davam como chumbado, com o facto de me terem expulso da minha turma porque sim, e com as tretas do gabinete Erasmus (mas estas coisas a confirmarem-se serão homenageadas em post próprio).

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

A entrega de pizzas e a jurisdição territorial.

As pessoas, tal como as grávidas, têm momentos em que se sentem possuídas por desejos intensos (coisa que acontece muito com ninfomaníacas também). Há uns dias aconteceu-me a mim: senti um súbito desejo de jantar uma pizza familiar, só para mim! Vá, guardei também uma fatia para o meu irmão. Mal sabia eu que estaria a entrar numa aventura sem precedentes no que toca a encomendar comida. Vamos aos factos.


Eu, FDS, vivo numa freguesia onde existe uma casa de uma cadeia de restaurantes especializados em pizzas. Essa casa (chamemos-lhe PizzaTele) está a uma distancia de 2 km da minha residencia. Liguei para a dita e começou a trama. Após o inicio das hostilidades, o primeiro momento de suster a respiração:

Senhora - Ora, o nome da sua rua... Irminio, não é?
FDS - Não, Herminio...
Senhora - Ah, está certo. Espere um pouco então.

Silêncio.

Senhora, ao fundo - Nós fazemos entregas para lá? Não? Então?
Senhor, ao fundo - Não, tem que ser na outra loja.
Senhor, ao telefone - Tem que ligar para a outra loja que nós não entregamos pizzas aí. Anote o número.

Fiquei perplexo, porque a outra loja, para além de ficar noutra freguesia, fica também noutro concelho, a cerca de 3.5 km de distancia. Liguei para essa loja, onde outra senhora me atendeu. Dei, novamente, o inicio às hostilidades, e novamente o nome da rua originou outro momento de suspense.

Senhora - Ora, o nome da sua rua... Irminio, não é?
FDS - Não, Herminio...
Senhora - Ah, está certo. Espere um pouco então.

(sensação de deja vu paira na minha mente)

Senhora - Mas... mas... não está aqui nenhuma rua assim... Erminio, não.
FDS - Pois, porque Herminio tem H.
Senhora - AHHHH. Sim sim, já aparece. (agora, ouve-se a mesma voz ao longe) A gente faz entregas praqui??
Rapaz, ao longe - Yaa, vamos lá bue vezes!

Lá continuou o processo, dei o meu numero de telefone, escolhi entre as 1400 variedades de pães de alho, e esperei. Pensava eu que estava safo, quando oiço o telefone tocar.

Senhora - Olhe, estou a ligar-lhe da PizzaTele para lhe comunicar que não há pimentos vermelhos.

(OH! Que puta de desgraça! - pensei eu)

FDS - Não faz mal, pode vir mesmo assim.
Senhora - Mas pode escolher outro ingrediente, não quer?
FDS - Não, deixe estar...
Senhora - AHH! Há pimentos verdes!! Pode ser?
FDS - Tá bom, pode ser, sim...


Quando a pizza chegou, o rapaz lá disse que tinha que pagar 19,85€, e eu estendi-lhe uma nota de 20€. E ficamos a olhar um para o outro durante um momento. Quebrei o gelo:

FDS - Sabe... eu falei à sua colega lá da loja que ia pagar com 20€ e disse para trazerem os 15 centimos de troco.

O rapaz leva a mão ao bolso, escolhe 15 belos centimos e entregamos, sem falar, sem pestanejar.

FDS - Obrigado e boa noite então...
Rapaz misterioso - ...



Bem, no fim paguei 19,85 por uma pizza, meia dúzia de pães de alho e uma história para contar. Será que pela história para contar cobraram-me os 15 cêntimos que o rapaz tanto hesitou em me entregar? Fica a duvida.