O Requerimento ajuda- Interpretação

Desta vez vamos falar da Interpretação da Lei, para ajudar os caloiros que ainda andem às turras com Introdução ao Direito.

Ora, para que serve a interpretação? A interpretação serve para, quando nos deparamos com uma lei que diz algo que não nos dá muito jeito, ou que não venha nada a calhar, nós podermos dar a volta ao assunto. Em teoria, existem algumas regras a cumprir. Na prática, é à descrição. O único requisito para que uma interpretação seja aceite comummente, é que haja algum Sr Dr que a subscreva. Por muito parva ou criativa que seja, é válida.

Caso prático:
-Imagine que no regulamento de uma certa Taça de futebol com nome de cerveja, se diz que o critério de desempate, em caso de igualdade de pontos entre as equipas, é o "goal-average".
-Tenha em conta que esta Taça foi criada recentemente.
-Saiba que "goal average" significa coeficiente de golos marcados e sofridos. Saiba que desde há muitos anos, o critério de desempate haitual costuma ser o "goal-difference", diferença entre golos marcados e sofridos.

a) Você é um dirigente da Liga de Clubes, e neste momento dava-lhe imenso jeito que o critério fosse a diferença de golos em vez do "goal average", para assim encobrir mais uma asneira que fez, pois leu mal a lei. Como se safar desta?

Resposta.
(dizer que o goal-average escrito no regulamento deve ser entendido como goal-difference, pois é esse o espírito da lei, numa "interpretação actualista". Já os factos de que este regulamento é recente, e de que no regulamento geral da liga se usa a expressão completa e portuguesa "diferença entre golos marcados e sofridos", não devem relevar porque... são incómodos.)

Tópicos não obrigatórios cuja referência poderia valer pontos:
-Dizer que é parvo usar-se expressões inglesas quando existe fácil tradução para português.
-Dizer que o culpado desta confusão toda foi o ladrã...árbitro do Benfica-Belenenses.
-Referir como Jurisprudencia, o Caso Mateus, o Caso Meyong e o Caso Vinicius.