Desde que entrei para a FDL que tenho sido cliente relativamente assíduo da Biblioteca. Como tal, tenho acompanhado a mirabolante evolução do regulamento interno desse espaço, evolução que se pode qualificar em 5 momentos fundamentais, ou fases se preferirem.
Fase 1: A entrada era formal e materialmente livre desde que as mochilas e os livros jurídicos ficavam à porta. Todos os livros? Não, os livros fotocopiados da nossa amada Utopia podiam entrar.
Fase 2: Alguém se lembrou de tornar a Biblioteca na sede dos MIB: só se entrava através de identificação digital e quem tentasse furar o sistema seria de imediato detido por estranhos seres alienígenas.
Fase 3: Criou-se o costume contra legem de mandar a identificação digital às malvas e perante o olhar orgulhoso do Professor Teixeira de Sousa o costume revogou uma lei.Fase 4: 25 de Abril na Biblioteca! O pidesco bengaleiro foi encerrado compulsivamente e o acesso voltou a ser livre para pessoas e para todo o tipo de materiais. Até livros originais!
Fase 5: Que é aquela que hoje vivemos. O bengaleiro regressou e com ele, a proibição de entrar com livros (originais) na biblioteca.
Analisemos a actual situação. Qual é o motivo desta proibição?
Acabar com o excesso de população na Biblioteca e o consequente excesso de ruído? Se o motivo for esse, então é parvo. Nos bares não há livros (e por livros entenda-se aqueles que os alunos não compram por apenas serem necessários pontualmente). Na sala de estudo não só não há livros como não há tomadas nem há computadores. Não há alternativa à biblioteca. E a completa fruição desse espaço não está incluída na propina?
Não sendo esse o motivo, então o que resta é a questão do furto de livros.A ser esse o motivo, é igualmente parvo visto que a biblioteca tem um alarme anti roubo instalado na entrada e porque a proibição, pasmem-se, abrange livros que não fazem parte do catálogo da biblioteca. Qual é a ideia? Proteger a biblioteca de perigosos benfeitores que podem cair na tentação de doar livros?
Basicamente a conclusão a que se chega é existem pessoas com demasiado tempo livre que pretendem mostrar serviço, ainda que mau. Um pouco como a AAFDL e os seus concursos de fotografia, portanto.